Fortaleza,
18 de outubro de 2015.
Queridos
Leitores;
A todos aqueles que esperavam indiretas,
ofereço minhas sinceras desculpas. Esta carta nada mais é que um exercício de
escrita que advém de uma pequena reflexão após ter recebido diversas mensagens
perguntando se o que eu escrevia se referia àquela tarde em que conheci Marcela
ou ao final de semana em que passei numa casa de praia em 2009.
Gostaria de dizer que o que escrevi foi em
busca da identificação de quem me lesse, e as associações geradas são de total
responsabilidade de quem as faz, cabendo ao leitor decidir ao que deve se
agarrar do texto. Mário de Andrade em uma de suas cartas a Drummond afirmou que
sofria de “gigantismo epistolar” e tal qual ele me isento de culpa, uma vez que
sinto muito mais do que as situações me permitem sentir e vivo intensamente tudo
aquilo que passa a existir no campo de minhas emoções.
Gostaria de poder lhe confortar dizendo que
sim, o que escrevi teve influências de algo que compartilhei com você. Mas cada
linha escrita possui influências de tudo o que tive como referência na
construção de quem sou. E seria injusto me limitar a uma memória turva, quando
parece que tudo o que lembro já foi romantizado por algum escritor fantasma que
arquiva minhas memórias. (Ah, quem me dera fosse Mário)
Sinta-se convidado a refletir, imaginar e
criar tudo aquilo que possa ser desenvolvido através dessas postagens, mas
tendo em mente que o que escrevi e escrevo fala de tudo o que sinto e gostaria
que outros sentissem. E aos que torcem para que no fundo sejam indiretas,
calma, um dia você vai abrir aquela velha ferramenta de mensagens chamada
e-mail e vai ter algo escrito exclusivamente para você, nesse caso, se isente
de dúvidas.
Um
Grande Abraço.
Pedro Palácio