Peguei uma passagem, dessa vez achava que era por mais tempo. Separei todas as roupas que tu falavas amar me ver usando e aquela mala azul que tu tanto havias pego emprestada. Acredito que foi na esperança de carregar um pouco de ti por onde fosse.
Ao chegar ao destino, me
peguei a coletar coisas que certamente eram tentativas de me aproximar do teu
olhar sobre mim, sobre a vida. Vi detalhes de prédios antigos que me fizeram
imaginar como a curvatura dos teus lábios ficaria linda em um sorriso, se pudesses
apreciar tudo que estou vivendo.
Espero, sinceramente,
lembrar de ti através de todas essas coisas que tu tanto gostas e que agora me
cercam. Acho que essa mania é só um capricho para manter vívida a sua presença nos meus pensamentos, caso, por um piscar de olhos, esqueça do teu cheiro, do teu olhar
pensativo, da maneira como segura a fumaça do cigarro antes de soltar durante
uma risada ou da forma que sua mão brinca nas minhas costas.
Te havia dito que iria me
desconectar e desliguei o celular junto com as notificações. Me
confiando na alegria em compartilhar pessoalmente tudo o que aconteceu no
caminho. Vou saber como tu irás reagir a cada história que eu
contar e o que tu vais contribuir de experiência, afinal, se eu mandasse
mensagens de tudo, iria perder a expressão do teu rosto.
O pôr do sol me fez
lembrar da forma como tu prendes a respiração para apreciar esses momentos, os
cafés que tomei, os Souza Paiol que acendi e olhar para os meus
sapatos e saber que tu que os comprou.
Fico feliz por sentir a
tua falta, pois sei que teu pensamento passou por mim na ida e na volta. E mais
feliz ainda quando chegar e te ver com braços abertos, um olhar choroso e saber
que o que senti como um rio, tu sentias como um oceano. E passou-se um mês. Cheguei. Quando me perguntaram o que apreciei contei todos os
detalhes, os pontos que visitei, os sentimentos que tive... mas só tu sabes que
em pensamento, uma parte de mim sempre esteve aqui.
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